Quando o Homem vivia conectado à natureza seguia os ciclos migratórios de acordo com a mudança das estações, indo para as regiões trópicas e polares durante o verão e buscando as regiões trópicas e equatoriais durante o inverno. Ser nômade fazia com que seu instinto animal estivesse intimamente conectado à Natureza, para buscar abrigo, comida, se relacionar com outros Homens e também com os animais e plantas. A organização social praticamente não existia e o poder não prevalecia entre um homem e outro. A liberdade e a felicidade eram plenas e compartilhadas entre todos, que assim como os demais animais, viviam livres, comiam, dormiam, defendiam seu território e migravam para outras regiões em busca do que precisavam. A passagem do Homem por uma região de forma temporária, por mais degradante que fosse, com a sua partida a própria Natureza se encarregava de recompor aquilo que foi extraído ou destruído pela sua intervenção.
Entretanto, alguns avanços como a descoberta e o domínio do uso do fogo, fabricação de armas e ferramentas, lutas entre grupos de humanos procedentes de outras áreas, foram vitais para que com o passar do tempo, o poder gerado pelo desenvolvimento se tornasse algo essencialmente social e político. Agora é mais importante ter as coisas e não mais ser parte da coisa, da Natureza. Com o tempo a essência do homem foi perdida e a necessidade de migrar pelo planeta de forma nômade foi substituída pela fixação no território conquistado. Agora se fazia necessário estar no local da batalha vencida, pilhar os bens dos derrotados, comer sua comida, tomar seus animais e escravizar os sobreviventes humanos. Criou-se então uma divisão social onde o Poder político era determinado pela quantidade de bens que o grupo possuía. Agora a humanidade se vê diante da questão factível de voltar ao seio da mãe natureza, porém, terá que abdicar de tudo o que foi adquirido sócio e culturalmente através de toda a evolução da humanidade. Será que podemos?