terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Degeneração da Humanidade - Parte 2

A degeneração da humanidade teve seu início à partir do momento em que o Homem começou a valorizar mais o ter do que o ser, através do acúmulo de bens. Houve uma ruptura entre o mamífero que até então vivia em harmonia com a natureza para o que agora conhecemos como um indivíduo ou um grupo de indivíduos que vive de forma desarmônica com a mesma. Quando observamos alguns tipos de pássaros, que migram para outras regiões do planeta, vemos que vão livres e tão somente, não carregam nada consigo. Alguns animais terrestres também possuem ciclos migratórios mas tampouco levam bens ou pertences. Apenas o homem migra de uma parte à outra do planeta com aquilo que podemos chamar de desnecessário ou supérfluo. Bens materiais que não fazem parte de nossa natureza. Quando um pássaro vai para outra região, ele abandona o seu ninho e no outro local constrói um ninho novo. Abandona toda a comida no lar antigo e vai à caça quando chega no novo local. Aos animais terrestres passa o mesmo. Apenas o homem tem a necessidade de acumular, de estocar, de guardar suprimentos, de carregá-los consigo para todas as partes para onde vá.


É incrível que com o passar do tempo, o homem aumentou a quantidade de pertences, de coisas inúteis que precisa carregar consigo. No início, carregava um pedaço de pau e uma pequena bolsa de couro com algumas coisas dentro. Depois já eram duas ou três bolsas. Quando acumulou mais coisas e viu que não seria possível carregá-las sozinho, então, com a ajuda de animais que aprendeu a domesticar, passou a utilizá-los para o transporte dos seus bens e pertences. Porém, a cada dia que passava, a sua necessidade de ter mais e mais coisas crescia de forma assustadora. Com o tempo, um animal apenas não lhe bastava. Quando percebeu que aos animais o peso de ditos materiais já estava demasiado, inventou a roda e construiu uma carroça e colocou os seus animais para puxá-la. E assim a sua sede por mais e mais coisas só aumentou. Num dado momento da história, tornava-se inviável viajar grandes distancias com a caravana de pessoas, carroças e animais, com uma quantidade de pertences cada vez maior.


Decidiu-se então, encerrar as atividades migratórias e se converter em uma sociedade sedentária, com a fundação de tribos, vilas, cidades. Porém, todas essas mudanças despertaram o interesse de outros grupos que também mudavam sua rotina e forma de vida. O homem aprendeu a acumular bens materiais, totalmente inúteis para a convivência harmônica com a natureza. Esses bens despertaram o interesse e a curiosidade de outros grupos, que também queriam acumular coisas como forma de mostrarem-se mais fortes, mais poderosos. Com isso iniciaram-se as lutas, as batalhas, as guerras e como consequência Reinos, Impérios, Governos foram criados. Nada disso faz parte da natureza humana. Na natureza, no mundo livre, nada disso é necessário. Até mesmo entre os animais, ainda que com a existência de um líder, não há o absolutismo, a ditadura, a censura, a escravidão que vemos em nossos dias atuais. O homem cavou sua própria sepultura e comete um suicídio diário da raça humana. O mal da humanidade é ter perdido a sua essência e ter mais coisas que não servem para nada em vez de sermos indivíduos em harmonia com o meio em que vivemos. Nós todos somos responsáveis pela atual situação que nos encontramos. Até quando?