quarta-feira, 1 de maio de 2013

1° de Maio - Dia do Trabalhador ou do Empregado?

Há uma diferença sútil entre Trabalho e Emprego. Muitos países atualmente sofrem crises em sua economia o que faz com que cresçam as taxas de DesEmprego. Porém, o Trabalho não deixa de existir em meio à essa mesma crise econômica. O Emprego só existe mediante um Empregado e um Empregador, firmado por um acordo formal, através de contrato de trabalho. Desta forma, temos o Empregado Assalariado, que produz e vende a sua mão de obra para o Empregador, ou o Patrão. De acordo com a teoria Marxista, o Patrão/Empregador obtém um lucro desigual em relação à produção do Empregado, através do cálculo da mais-valia. Para amenizar essa desproporção, o Governo instituiu Direitos Trabalhistas, como férias, 13° salário, abonos, horas extras, licenças maternidade e paternidade e o salário família, além de outros, como vale transporte, vale refeição ou alimentação e auxílio médico e odontológico, muitas vezes, sob regime de coparticipação, onde a Empresa paga uma parte e o Empregado outra.


O Empregado então não tem muito o que comemorar neste 1° de Maio, pois desde a Primeira Revolução Industrial que mudou as relações de produção e tirou do Trabalhador, de quem produzia de forma artesanal ou em pequena manufatura seus bens, a condição de produtor para apenas ser um elo numa linha de produção, agora do Empregador, o Patrão. O avanço tecnológico e os custos de investimento nestas novas máquinas que substituíam o trabalho do homem não poderiam ser custeados por artesãos ou pequenas manufaturas, mas sim pelos apoiadores da Monarquia à época, Condes, Duques, Barões, Marqueses e outros nobres que detinham grandes quantidades de terras e recursos financeiros suficientes para montar as primeiras indústrias. Deixa de existir em boa parte o Trabalhador, que produz e vende seu produto com a totalidade do lucro. Passa a existir o Empregado, que produz e vende sua força de produção para o Empregador ficar com a totalidade do lucro.


O que fazer então nesse feriado de 1° de Maio. Discutir formas de gerar renda, através de atividade produtiva, onde a produção reverta o lucro totalmente para o trabalhador que a produziu. Discutir a criação de associações e cooperativas de trabalhadores, através da ajuda mútua e da rotatividade de funções, onde todos trabalhariam em sistema de rodízio em todas as funções da Empresa. Se pensarmos que hoje, grande parte dos Empregados saíssem dos seus Empregos para formar suas próprias empresas junto à outros Empregados, teríamos de fato um grupo de Trabalhadores, que produzem e conduzem seu próprio negócio, muitas vezes no mesmo seguimento do antigo Emprego. Trabalho é algo que jamais será atingido por qualquer tipo de crise econômica. Já não podemos dizer o mesmo do Emprego. A independência do Trabalhador só virá quando o Empregado começar a se organizar e deixar seu emprego em busca de um Trabalho autônomo ou cooperado junto à outros trabalhadores.