A Mãe Pátria e o tratamento infantilizado à população

As conversas de buteco são em geral as que mais criam polêmicas e formam opinião, não obstante, nos últimos dias foi justamente entre um copo e outro que ouvi uma declaração de um recém conhecido, de que no Brasil, o povo é tratado como criança. Pois é, a mãe pátria dá aos seus filhos um tratamento infantilizado. Sentados à mesa estavam eu, na faixa dos 30 anos, um amigo e este recém conhecido já ambos na faixa dos 40 anos. Apenas eu e o recém chegado já estivemos fora do Brasil, mais precisamente na Europa e iniciou-se uma discussão sobre o que é ser adulto. Qual o papel de um adulto na sociedade. Se com os atuais valores de salários praticados no Brasil alguém de fato possui a tal da maioridade. Se é realmente adulto de fato.

Não resta dúvidas de que algo no Brasil vai mal. Muitas famílias heroicamente sobrevivem com um salário mínimo, pífios R$ 622,00 e mais algumas doações do governo, como Bolsa Escola, Bolsa Família entre outros planos assistenciais. Uma minoria, parcela bem significativa da sociedade, pois é composta principalmente pelos políticos e governantes, vivem com salários altíssimos e com um montante de bens que facilmente ultrapassa a cifra dos milhões de reais. Como tratar da dignidade do cidadão e discutir se ele de fato é um adulto se a realidade contradiz totalmente? É impossível que alguém sobreviva com dignidade e exerça funções de adulto quando depende do Governo para viver. O Estado exime as condições mínimas que tornariam o cidadão independente e liberto, de fato um adulto.

Remontamos aos tempos primitivos onde as primeiras civilizações escravizavam outros povos. Hoje vivemos um tempo de escravidão moderna. Não adianta se falar em voto, eleições, que ao se trocar os candidatos a situação muda e/ou melhora. Há toda uma rede de interesses, onde o povo é totalmente dependente do Estado para tudo. Até para o básico que é colocar comida dentro de casa e pagar as contas do lar. Diante de um quadro de mudança eleitoral cria-se uma situação de pânico onde a perda dos benefícios acarretaria numa fase de extremas dificuldades para quem  depende desses programas assistencialistas. Quando a mãe pátria irá proclamar a independência do seu povo? Quando iremos resgatar a nossa dignidade, trabalhar e sermos remunerados pelo que realmente vale nosso trabalho? Quando seremos adultos no Brasil? Basta Já!