domingo, 18 de julho de 2010

Quem são os analfabetos do Brasil ?

Assim como o pior cego é aquele que não quer ver e o pior surdo aquele que não quer ouvir, o analfabeto político é aquele que vira as costas para a sua responsabilidade de cidadão, se exime de discutir e de tomar as rédeas do país, reclama da situação e diz com todo orgulho que não gosta de política. Segue abaixo, trecho do texto de Bertold Brecht, no qual ele esclarece a respeito do Analfabeto Político.
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos,  que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."
Não bastasse isso, vemos políticos e empresas que se valem da exploração do espólio gerado pela miséria provacada por eles próprios à sociedade. Festas e orgías bancadas por empresários com as mesmas prostitutas que o sistema criou. ONGs e entidades sociais financiadas pelo governo, com dinheiro público, tratando de menores abandonados, já em estado de delinquência juvenil, viciados em narcóticos, abusados sexuamente, vítimas da gravidez precoce, e outros tipos de violência física e psicológica.
Esse político vigarista do qual fala Bertold Brecht somos nós mesmos, cidadãos corruptos, que pagamos nossos impostos em dia, alimentamos a estrutura governacional financeiramente, enchemos os bolsos de colarinhos brancos, marajás entre outros personagens influentes nos palácios de governo. 
Esse analfabetismo perdura e não é do interesse de nenhum governo acabar com ele. Serve para manter as coisas no seu devido lugar, de um lado o povo que sofre e do outro os políticos que gozam dos previlégios que lhe foram conferidos através do voto livre e direto. Tudo legal, transparente e acompanhado pela mídia.
O que precisamos para mudar esta situação? Sobretudo, deixarmos de ser analfabetos políticos. Em seguida aprender a analisar as opções que são impostas, candidato A, candidato B, C, D e quantos tiverem. Em terceiro compreender para que serve os votos branco e nulo. Quarto lugar fazer valer o voto como algo que transforma a sociedade, pois desde que o país iniciou o processo de redemocratização, o voto ainda não mostrou a que veio e não tem transformado a sociedade como um todo, apenas beneficiado a um pequeno grupo e mazelado o resto da população. O povo cansou de pão e circo e espera por uma revolução!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Revolução Constitucionalista de 2010

Hoje é 9 de julho, dia que se comemora apenas no Estado de São Paulo a Revolução Constitucionalista de 1932, que pretendia tirar Vargas do poder, após o golpe militar de 1930, após a grande recessão de 1929.
De lá para cá pouca coisa mudou. Vargas continuou no poder, se tornou o ditador civil que mais tempo ficou no poder, até 1945, e depois ainda voltou democraticamente para um segundo mandato. Ficou conhecido como o Pai dos Pobres, mas também como Mãe dos Ricos. Criou vários direitos trabalhistas que sobrevivem até os dias de hoje. Mas a derrota em 1932 foi um duro golpe para São Paulo, que ficou enfraquecido politicamente a nível nacional. O último paulista eleito para Presidente, Júlio Prestes, nem chegou a assumir o cargo pois os militares deram o golpe e logo em seguida empossaram Vargas como Presidente. São Paulo só foi ter um paulista no comando do país 30 anos depois com Ranieri Mazzilli, entre a renúncia de Jânio Quadros e a posse de João Goulart e novamente entre este e o golpe militar de 1964. Novamente os militares davam um golpe e destituíam mais um paulista da Presidência.
A partir daí até os dias de hoje, nenhum paulista assumiu a Presidência. Vale ressaltar que a derrota de 1932 enfraqueceu politicamente o estado a nível nacional, os paulistas perderam prestígio, e hoje sustentam toda uma nação às custas do trabalho, da produção e dos impostos do povo paulista. Nenhuma reforma tributária será feita para mudar a realidade da arrecadação do país pois todos os deputados e senadores sabem que sem São Paulo não há desenvolvimento para o resto do Brasil.
É por isso que em 2010 deve haver uma nova Revolução, a que pode transformar de vez a realidade do país. Devemos escolher entre os candidatos que representam nosso estado ou então anular o voto, mas que seja uma atitude em massa, para forçar o cancelamento das eleições, e exigir um paulista como nosso futuro Presidente.
Chegou a nossa hora, chegou a nossa vez. Chega de sermos usados.