terça-feira, 4 de março de 2014

A necessidade eminente de se produzir a própria tecnologia

Antigamente o domínio do conhecimento tecnológico era algo extremamente restrito à um pequeno grupo privilegiado, geralmente oriundos de países ricos, com largo investimento nas áreas de ciência e tecnologia. Ramo imprescindível nos dias atuais seja nas áreas da automação do comércio e indústria bem como em áreas extremamente estratégicas, como minas e energia, setor bancário e de títulos de valores e mercado acionário, medicina, engenharias diversas e até na previsão do tempo. Hoje em dia todos nós vivemos em função do conhecimento tecnológico e da informática, seja usando servidores dedicados, workstations, micros desktops, notebooks, tablets ou smartphones. A computação e seus benefícios se estendem para além de onde podemos observar e praticamente 100% das pessoas não se importa com a sua origem, quem são os responsáveis pela sua produção e se realmente essa dádiva tecnológica é apenas um bem maior para a sociedade.


     Recentemente o mundo todo foi abalado com as denúncias do ex-espião da CIA Edward Snowden, exilado na Rússia atualmente e que expôs ao mundo todo as operações da agência americana NSA, dentre outras coisas roubo de informações sigilosas de governos e espionagem industrial. No Brasil há evidências de que a Petrobrás foi alvo dessas invasões, onde o alvo seriam informações específicas e privilegiadas a respeito do Campo de Libra, onde especula-se que haja uma vasta jazida de pré-sal, rico em petróleo cru.
     E o que o conhecimento tecnológico tem a ver com tudo isso? Tudo! Desde os equipamentos e periféricos, o hardware digamos assim, passando pelo Sistema Operacional e finalizando nos programas e aplicativos, o Software, quase nada foi produzido Made in Brazil. Dependemos quase que unicamente de Hardware, SO e Software produzido por grandes potências econômicas e militares, com grandes interesses em mercados emergentes e totalmente dependentes de sua tecnologia. Somos um alvo e presa fácil na mão de países carniceiros. O problema é mais grave ainda quando avaliamos a situação do mercado interno que forma dezenas e centenas de cientistas e engenheiros anualmente, mas que ao invés de serem absorvidos pelo mercado interno e desenvolver tecnologia no seu país, acabam assediados e levados para esses mesmos países, onde acabam servindo ao inimigo, em troca de um emprego que não se oferece por aqui, em troca de um salário inimaginável de se ganhar por aqui, em troca de investimentos e de contato com tecnologias que só chegam aqui atrasadas e somam-se à isso, a incrível qualidade de vida, excelente nível de educação, saúde, transporte e segurança que estes locais oferecem à esses talentos.


     É urgente a necessidade de se criar tecnologia. Dominar a tecnologia para não ter que depender de uma tecnologia da qual mal sabemos como funciona. Deixar de sermos apenas meros usuários, reprodutores do sistema e fornecedores de informação privilegiada e estratégica para esses países e grandes corporações. Devemos dar os primeiros passos e servir de exemplo para que em pouco tempo o país seja conhecido internacionalmente e reconhecido dentro do meio tecnológico como produtor e não mero consumidor de tecnologia. Excetuando-se a América do Norte e a Europa, a Índia é o único pais dito emergente que tem investido em seus engenheiros e cientistas com o objetivo único de em breve não depender mais das tecnologias importadas. Devemos seguir pelo mesmo caminho pois a necessidade eminente de se produzir a própria tecnologia é agora!