segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O nascimento, a vida e as dores da alma

O nascimento de uma criança é algo mágico, motivo de muita alegria para o papai e mamãe de primeira viagem, motivo de orgulho para os avós e também amigos que esperavam com ansiedade a vinda do bebê. O nascimento então é um momento aguardado por muita gente, mas há também o lado existencial a ser analisado, um lado que talvez a maioria das pessoas não vejam.
Quando nascemos nosso primeiro ato é o choro. Mas por que o choro? Não será o choro uma manifestação de dor? Uma sensação de desconforto por deixar a barriga de nossa querida mamãe para vir para este mundo que não conhecemos? O fato é que uma vez que nascemos, está apenas começando o nosso sofrimento neste mundo e nesta vida. Nascer já é o nosso primeiro sofrimento e nossa alma ainda irá sofrer muito. O choro nos acompanha a cada dia de nossas vidas, quando estamos com fome, choramos, quando estamos com sede, choramos, quando estamos com calor, choramos, quando estamos com frio, choramos, quando necessitamos de carinho e atenção, choramos. 
Nossa vida é um eterno chorar, um eterno sofrer. A busca pela felicidade passa a ser nosso ideal de vida. Felicidade esta que é facil de ser alcançada, mas que nós seres humanos complicamos muito, por considerar que ela não está em nós mesmos, mas em outra pessoa. A partir daí o que deveria ser felicidade passa a ser sofrimento e muitas vezes vem acompanhado de dores na alma e o choro é inevitável. O ser humano nunca está preparado para sofrer apesar de conviver com a dor e o sofrimento desde que nasce. 
Por que isto ocorre? Por que o ser humano é tão frágil? Por que a mente humana permite um eterno sofrer, que é recorrente em todas as fases de nossa vida? As dores da alma afetam significativamente a vida e a personalidade de cada um de nós sofredores. Entender a causa de cada um desses males é o primeiro passo para redescobrirmos que cada um de nós, pode e deve, ser feliz sozinho. Quem vier para fazer parte de nossa vida, que seja para acrescentar e evitar mais sofrimento e dor em nossas vidas. Se a vida ou esse mundo fossem bons para nós, ao nascer nós daríamos gargalhadas de felicidade ao invés de chorar. O jeito é viver e se acostumar com esse sofrimento e essas dores, pois com o tempo tudo passa.

sábado, 16 de outubro de 2010

Cuspindo no prato que come

O dia 16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação, onde se comemora a fundação da FAO, órgão das Nações Unidas que combate a fome, através de diversos programas de erradicação da fome pelo mundo todo. O que irei abordar aqui é um aspecto que talvez não agrade muito à maioria das pessoas, principalmente aquelas que julgam ser um dever do Estado erradicar a fome mundial.
Para o bom observador, basta um olhar mais apurado. A natureza nos ensina muitas coisas, para isso, basta que tenhamos tempo para contemplá-la. Um olhar sobre o comportamento de certos animais, nos leva a crer que estes mesmos animais jamais sofrem ou sofreram com a mazela da fome. Para os animais que são carnívoros, basta estarem com fome, para despertarem de seu sono ou cochilo que se metem à caça, correm atrás de sua presa, realizam o seu abate e depois junto com o resto da família, compartilham do alimento conquistado. Para os animais que são herbívoros, a natureza lhes fornece todo tipo de plantas para saciarem sua fome. Quando a natureza não provén o alimento sagrado, basta mudarem-se de região em busca de alimento.
Podemos constatar que apenas o Ser Humano se encontra em uma situação de comodismo, de apatia, de conformismo. Passar fome no caso dos humanos é um desejo voluntário e individual, cada qual passa fome porque assim o prefere e porque quer. O capitalismo realmente deixa milhões e milhões de pessoas à margem da sociedade, isso é verdade, mas só o ser humano dá murro em ponta de faca e insiste em fazer parte de um sistema que além de destruir as pessoas, destrói também o meio ambiente onde essas pessoas vivem.
Esperar que as ONG´s, as Igrejas, as Empresas ou até mesmo o Estado resolvam o problema da fome é no mínimo acreditar em algo impossível, utópico. Para acabar com a fome é necessário primeiro romper com a atual postura que o ser humano se encontra, romper paradigmas, ir à luta, começar a fazer algo para transformar a sua vida e o mundo em que vivemos. Quando o homem começar a plantar e a colher os frutos e se alimentar desses frutos, terá feito história, destruído um sistema desigual como o Capitalismo e ainda contribuído para a melhora da qualidade de vida de todos. Para acabar com a fome é necessário plantar. Para plantar é necessário trabalho. Para trabalhar é necessário ter força de vontade. É muito fácil cruzar os braços e esperar que um prato de comida caia do céu.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O pacato cidadão

O Brasil é realmente um paraíso! Um país tropical, com uma costa previlegiada, com belas praias, um interior bucólico que remete à paz e ao sossego. Mas o Brasil não é só essa maravilha não, aqui também é o paraíso para aqueles que querem fazer o brasileiro de bobo, idiota, trouxa e qualquer outro adjetivo que signifique ser passado para trás.
O povo tem acesso à TV aberta, que é de graça, basta colocar uma antena no telhado, ou usar uma daquelas internas mesmo, pendurada em cima da sua televisão na sala, umas até com um chumaço de palha de aço, para melhorar a sintonia. Entretanto, esse serviço de graça, custa para o povo, ter que engolir goela abaixo, os comerciais da TV, que tem duração variada, mais curtos quando a audiência está baixa, mais demorados, mas bem mais demorados, quando a programação está dando picos de audiência, segundo o IBOPE.
A TV presta um serviço à comunidade, que é o de levar informação e entretenimento, um pouco de cultura para o povo brasileiro, tão sofrido. Em contrapartida, o povo brasileiro passa muito mais tempo em frente à TV do que lendo um livro, aliás, o brasileiro tem um péssimo hábito, o de não gostar de ler. Um dos motivos mais claros, é que a mídia impressa é de mais difícil acesso à população, principalmente os menos favorecidos economica e financeiramente. A informação é a mesma, a mesma que a TV transmite também sai nos jornais e revistas, mas a TV aberta não cobra nada, e o jornal e a revista cobram e não é pouco.
Hoje os jornais e as revistas prestam um desserviço à sociedade. Outro dia lendo um jornal, uma página inteira era ocupada por uma propaganda de um carro novo de determinada marca. Pensei comigo, se eu sou obrigado a engolir goela abaixo esta propaganda, por que o tonto aqui pagou por esta porcaria de jornal? É mais barato, ligar a TV e esperar a propaganda do carro aparecer. Com as revistas isso ainda é muito pior, há uma série de páginas apenas de propagandas, fica difícil é saber, em qual página está a notícia.
Felizmente, dentro em breve, num futuro não muito distante, não vai haver mais nem jornais e nem revistas nas bancas, não porque a população deixou de comprar por pensar conforme meu raciocínio, mas porque boa parte do conteúdo já se encontra disponível na internet, e embora lá também tenha as propagandas, pelo menos, se você não pagar pelo acesso e usar um acesso público gratuito por exemplo, já é um indício de que dias melhores virão. Até lá!