quinta-feira, 16 de maio de 2013

Crise pós I Guerra Mundial e 3° Reich - Parte I


O cenário se passa na Europa, mais precisamente na Alemanha, já com os seus contornos de fronteira redefinidos após a derrota no final da I Grande Guerra Mundial, em 1918. O Império Alemão já não existia no pós guerra e foi instituída a República de Weimar, dentre seus integrantes estavam diversos intelectuais. Foram anos bastante difíceis tanto para os políticos quanto para o povo, a Alemanha estava afundada numa crise econômica, social e política, pois como a República não possuía o "Povo no Governo", apenas a Aristocracia fazia parte dos altos cargos e a insatisfação era muito grande. O povo estava arrasado, sem esperanças e buscava forças para seguir adiante, talvez quem sabe com o surgimento de um Líder, à altura do seu antigo Imperador, que levaria a Alemanha novamente ao seu lugar de destaque no mundo. Foi neste cenário que o Partido dos Trabalhadores foi criado em 1918 e após 2 anos de fundação mudou sua denominação para Nacional Socialista Partido dos Trabalhadores Alemão, NSDAP. Em 1921 Adolf Hitler já era o líder do Partido.


Em 1925 após sair da prisão por crime de traição, Hitler já com seu livro escrito - "Minha Luta" - e com um detalhamento preciso de como faria para atingir o poder, iniciou a propaganda do partido Nazi. Era o Líder que o povo Alemão precisava. A insatisfação com o atual Governo, a falta de perspectivas, a economia em colapso, a sociedade em crise, fome, e as propriedades Alemãs sendo vendidas para o Capital Estrangeiro, sobretudo para imigrantes Judeus. O apoio popular veio de forma gradativa e apesar de nunca ter obtido uma maioria nas eleições, Hitler foi nomeado Chanceler e com as alianças com os Nacionalistas de Direita e com o Partido Católico, conseguiu a maioria de 2/3 dos votos para poder governar com poderes soberanos. Era um Führer (líder) como o povo Alemão queria. Forte, cativante, de fala firme e convicta, amparado por fortíssimo aparato militar, inclusive pela SS (Schutzstaffel), a Polícia Política do Partido NSDAP. À partir do Ato de Habilitação ao Poder em 1933, a constituição foi alterada por atos que culminaram pela perda de diversos Direitos Civis.



A forte e crescente popularidade dos anos seguintes fizeram com que a propaganda Nazista aliada ao sentimento Nacionalista e Anti-Semita tivesse um apoio massivo da população, inclusive para a ofensiva contra a Polônia que resultou no início da II Grande Guerra Mundial. O Populismo, o Autoritarismo, o Militarismo e os grupos que pregam que a luta é de todos, que enaltecem o sentimento de Nação, devem ser revistos e pensados. A história está ai para mostrar que de um ingênuo Partido dos Trabalhadores surgiu um dos maiores Partidos Racistas e Xenófobos do planeta. A Democracia Representativa como temos atualmente referenda a intenção do povo, transfere seus poderes aos seus representantes que Governam em benefício próprio e segundo seus Interesses e Acordões. Uma nova Sociedade precisa ser moldada tendo como ponto de partida os erros do passado, ensinados pela História Mundial. Hoje o povo Alemão sente uma vergonha muito grande por tudo que ocorreu no passado Nazista. Embora seja um sentimento reprovado pela maioria, não só na Alemanha mas ao redor do mundo surgem a cada dia novos Partidos dos Trabalhadores e Partidos Nazistas. Cabe à cada um de nós analisar e ver que tipo de futuro queremos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1° de Maio - Dia do Trabalhador ou do Empregado?

Há uma diferença sútil entre Trabalho e Emprego. Muitos países atualmente sofrem crises em sua economia o que faz com que cresçam as taxas de DesEmprego. Porém, o Trabalho não deixa de existir em meio à essa mesma crise econômica. O Emprego só existe mediante um Empregado e um Empregador, firmado por um acordo formal, através de contrato de trabalho. Desta forma, temos o Empregado Assalariado, que produz e vende a sua mão de obra para o Empregador, ou o Patrão. De acordo com a teoria Marxista, o Patrão/Empregador obtém um lucro desigual em relação à produção do Empregado, através do cálculo da mais-valia. Para amenizar essa desproporção, o Governo instituiu Direitos Trabalhistas, como férias, 13° salário, abonos, horas extras, licenças maternidade e paternidade e o salário família, além de outros, como vale transporte, vale refeição ou alimentação e auxílio médico e odontológico, muitas vezes, sob regime de coparticipação, onde a Empresa paga uma parte e o Empregado outra.


O Empregado então não tem muito o que comemorar neste 1° de Maio, pois desde a Primeira Revolução Industrial que mudou as relações de produção e tirou do Trabalhador, de quem produzia de forma artesanal ou em pequena manufatura seus bens, a condição de produtor para apenas ser um elo numa linha de produção, agora do Empregador, o Patrão. O avanço tecnológico e os custos de investimento nestas novas máquinas que substituíam o trabalho do homem não poderiam ser custeados por artesãos ou pequenas manufaturas, mas sim pelos apoiadores da Monarquia à época, Condes, Duques, Barões, Marqueses e outros nobres que detinham grandes quantidades de terras e recursos financeiros suficientes para montar as primeiras indústrias. Deixa de existir em boa parte o Trabalhador, que produz e vende seu produto com a totalidade do lucro. Passa a existir o Empregado, que produz e vende sua força de produção para o Empregador ficar com a totalidade do lucro.


O que fazer então nesse feriado de 1° de Maio. Discutir formas de gerar renda, através de atividade produtiva, onde a produção reverta o lucro totalmente para o trabalhador que a produziu. Discutir a criação de associações e cooperativas de trabalhadores, através da ajuda mútua e da rotatividade de funções, onde todos trabalhariam em sistema de rodízio em todas as funções da Empresa. Se pensarmos que hoje, grande parte dos Empregados saíssem dos seus Empregos para formar suas próprias empresas junto à outros Empregados, teríamos de fato um grupo de Trabalhadores, que produzem e conduzem seu próprio negócio, muitas vezes no mesmo seguimento do antigo Emprego. Trabalho é algo que jamais será atingido por qualquer tipo de crise econômica. Já não podemos dizer o mesmo do Emprego. A independência do Trabalhador só virá quando o Empregado começar a se organizar e deixar seu emprego em busca de um Trabalho autônomo ou cooperado junto à outros trabalhadores.