quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Proclamação da República

No último dia 15 de novembro foi feriado, onde se comemora o Golpe Militar encabeçado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, homem de confiança do então Imperador Dom Pedro II, convencido por um grupo de republicanos que já tramavam o golpe para o final do mês de novembro, mas teve que ser antecipado devido à um boato de que o Imperador havia descoberto o movimento conspiratório e puniria todos os traidores da coroa.
República significa coisa do povo, mas a proclamação foi tudo, menos uma coisa do povo, pois foi um golpe para a derrubada da monarquia, liderado por intelectuais, políticos de oposição ao Imperador, fazendeiros que se sentiram lesados por não receberem indenização do governo com a abolição dos escravos e por último com o apoio do exército brasileiro, que sempre se sentiu menos prestigiado pelo Imperador que sempre deu maior atenção à Marinha.
O golpe foi discreto e não chegou a chamar a atenção de populares, gente que realmente representava o povo, mesmo porque, desde aquela época o povo já não se interessava por política e sempre eram comandados pela classe aristocrata, então, como podemos ver, não foi proclamada a república mas sim um movimento político da classe rica e dominante, apoiado por intelectuais e militares descontentes, e o povo, ah sim, o povo que se dane!
Até hoje quem é pobre, vive à margem da miséria e da pobreza, inclusive os negros alforriados pela Lei Áurea um ano antes da proclamação, colhem os frutos desse golpe que degenerou a estrutura política do país, afundou o governo em dívidas enormes, mergulhou o país no seio das desigualdades sociais e distanciou ainda mais o abismo que separa pobres e ricos.
Durante muito tempo e até nos dias de hoje é possível vermos durante a época de eleições as propagandas e promessas com o foco nas melhorias das condições e da qualidade de vida do povo, afinal vivemos numa república e isso significa não só a vontade do povo, mas o povo no poder, mas o que vemos depois durante o governo é o enrriquecimento cada vez maior de empresários, banqueiros, fazendeiros latifundiários e toda classe de aristocratas que desde a proclamação ainda vigoram no poder.
Enquanto o brasileiro for esse cidadão pacato e de bem e não tomar para sí os problemas que o atingem, nenhum tipo de revolução será visto, nenhum tipo de independência ocorrerá, seremos eternamente governados por uma elite pífia que não move uma palha para mudar essa realidade. O brasileiro precisa se organizar, não para tomar o poder e instituir um socialismo tão ditador quanto o da aristocracia, mas para eliminar toda e qualquer forma de poder, principalmente o político e o partidário. Aí sim, quando o povo provocar esse tipo de proclamação, teremos de fato uma república, a vontade do povo!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O homem é pequeno demais

Não venho aqui relatar a estatura do homem atual, do homem moderno, mas sim do tamanho de seus sonhos e ideais. Vivemos um tempo em que pouco ou nada se produz e o pouco que temos sequer faz frente a épocas tão distantes, aos anseios que homens de antigamente tiveram. Vou apenas demonstrar o quanto o homem é pequeno demais nos nossos dias, para sonhar e tornar estes sonhos realidade.
Desde a antiguidade, durante a idade da pedra, o homem, mesmo ainda sem ter uma sociedade consolidada, um comércio ou uma forma de expressão mais elaborada, já sentia necessidade de sonhar, pois o sonho é a linguagem universal, de onde surgem as idéias, os projetos que um dia se tornam realidade. O homem um dia sonhou que ao esfregar 2 gravetos faria fogo! Um outro homem sonhou que ao estalar de duas pedras também se poderia obter o mesmo resultado. E quanto mais o homem sonhava, mais animais eram domesticados, a roda foi criada, o tear foi criado e tantas outras coisas que tornaram a vida em comunidade menos complicada.
Vejamos agora que tipo de sonhos tiveram os grandes navegadores como Colombo, Vespúcio, Vasco da Gama, que sonhavam encontrar terras onde ninguém jamais tinha ido e navegar praticamente nas águas da incerteza. Esse mesmo sonho de buscar o desconhecido moveu o homem na conquista do espaço, que teve o seu ápice com a chegada do homem à Lua. Muitos homens já sonharam, mas poucos foram os que tiveram coragem de tornar seus sonhos realidade. Homens grandes, não em seu tamanho, mas grandes em seus ideais, grandes em seus sonhos!
A humanidade hoje mais se aproveita do que foi criado do que cria algo de extrema relevância. Será que os homens de hoje pararam de sonhar? Será que a realidade hoje não é mais a real, mas tudo que precise ser criado será feito no mundo virtual? Onde está o homem cheio de inquietudes, insatisfeito com o seu modo de vida e ávido por criar coisas a partir de seus sonhos? É este o homem que procuramos, que talvez tenha se perdido ao longo dos anos. Hoje o homem é pequeno demais, para sonhar como sonharam os homens de outrora, quem sabe até, esses homens de hoje nem sonham e ainda caçoam daqueles que ainda tem o prazer de sonhar, taxando-os de loucos.