quarta-feira, 6 de abril de 2011

As leis e a moralidade

Hoje um amigo me questionou sobre os valores morais da sociedade e do quanto isso afeta as nossas vidas. Sua abordagem do tema partiu do cumprimento ou não das leis que são criadas pelo Governo. De onde afinal são criados os valores morais? Quem estabelece se isto ou aquilo é errado? Se devemos ser punidos ou beneficiados pelas leis? Alguns questionamentos bastante válidos se começarmos a analisar como a nossa sociedade é composta, quais as instituições que são responsáveis por criar as leis, fiscalizar a sua execução e principalmente, quem é que deve cumprí-las. Dentro deste contexto, o que é moralmente correto?

De acordo com a Constituição todos nós somos iguais perante a lei, certo? Errado! Não precisamos ir muito longe para notarmos que existe um abismo de disparidade entre as pessoas. Hoje o funcionário público no exercício de atividade profissional está em um patamar acima de qualquer cidadão comum. Por pior que seja o trabalho que execute e que demore no atendimento e que ele nos trate mal, somos obrigados a engolir calados todos os dissabores que é depender de alguém que é protegido por lei, sob pena de irmos presos devido à um ato nosso de revolta.
O homem em sí não é livre e ainda está longe de gozar da plena liberdade. A violência nos mete medo dia e noite, porém temos mais medo ainda da truculência policial. Instituição que é paga com nossos impostos, foi criada para dar segurança à população e é a primeira à defender os interesses do Estado em prol da manutenção do Capitalismo e de seu sistema de desigualdades. Como já se não bastassem a alta carga de impostos a que somos submetidos a pagar durante quase meio ano de trabalho, vemos que o cumprimento das leis é feito apenas para o cidadão de bem. Tanto a parte da população que é previlegiada por pertencer à uma determinada categoria profissional quanto as instituições que mantém a "ordem" em prol do Estado não as cumprem. Que moral é essa então? Se o Estado fiscaliza o cidadão, quem é que fiscaliza o Estado? Basta Já!