domingo, 20 de fevereiro de 2011

O adeus de um ídolo

Finalmente Ronaldo Nazário decidiu se aposentar e parar de jogar futebol. Essa atitude é ao mesmo tempo dolorosa mas também muito digna de alguém que ajudou a elevar o status do futebol brasileiro mundo afora. É a sina de todos que se tornam heróis, ídolos de uma nação inteira. Não era para menos que depois de diversas tentativas de emagrecer, sem sucesso, já com o físico debilitado, tenha tomado a decisão mais acertada para a sua carreira. Por isso será sempre lembrado com muito carinho por todos que o admiram.
O brasileiro carece de ídolos e quando alguém como um jogador famoso decide parar é um choque muito grande para todos. Foi assim com Pelé, depois com Zico e também com Romário, que após inúmeras despedidas, enfim, também abandonou os gramados. Mas e depois? O que acontece com a vida destas pessoas? Tirados do seio familiar ainda muito meninos, tiveram a infância e a juventude roubadas em nome de um sonho, se tornar um jogador de futebol e depois ficar famoso. Foram bem sucedidos em ambos, muito luxo, muito dinheiro, muitos carros, aviões, iates, mansões. Festas caras, vários casamentos, muitos filhos.
O que fica depois na vida destas pessoas que durante mais de 20 anos serviram aos ideais do lucro. Quem ganhou dinheiro como empresário ou acessor destes ídolos agora vai à procura de outro talento, talvez um novo prodígio. Ninguém que tenha lucrado durante a vida útil deste produto jogador de futebol, irá acompanhá-lo agora nos seus momentos de anonimato. Assim é o Capitalismo, dá valor enquanto é útil e produz. Ao passo que não é mais útil e não produz é substituído por outro mais jovem que de tanto lucro quanto o anterior. É triste vermos um quase nada de humanidade neste raciocínio mas é a pura verdade. Garrincha e Toninho Guerreiro, entre tantos outros, foram ídolos em seus clubes e depois da fama e sucesso, anunciaram suas aposentadorias e morreram abandonados e na pobreza. Que este triste fim não aplaque nosso fenômeno.

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