terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O poder da mobilização popular

O mundo assitiu atônito a queda de mais um ditador. Hosni Mubarak ficou no poder do Egito durante 30 anos. O Egito sempre teve tradição de concentrar o poder na mão de poucos. Com leis severas e arroxos sobre a população, o cabo de guerra social fez a corda arrebentar pelo lado menos provável. O povo egípcio deu um exemplo ao mundo do poder da mobilização popular e do que esse tipo de ação é capaz de provocar. Foram 18 dias de protestos na praça Tahir, de onde o povo não arredou o pé enquanto o ditador não renunciou ao cargo. A população a todo instante entrava em confronto com a polícia e com o exército, mas não desistiu um só instante.
O governo cortou a internet e as comunicações via telefone e celular, até mesmo os jornalistas que cobriam as manifestações ficaram incomunicáveis. O Estado usou de todos os meios para manter Mubarak no poder, até mesmo os EUA tentaram intervir, afinal, esse ditador era aliado americano, pois cessou com os ataques a Israel, outro grande aliado americano. De agora em diante, o temor na região cresce. Ninguém sabe ao certo quem irá assumir o poder depois da fase de transição, que até agora é mediada pelos militares. Israel, um pedaço de terra muito estreito e frágil, território esse que foi tomado a força de seus verdadeiros donos, o povo Palestino, vive dias de temor. Outros países como o Iêmen e a Argélia seguiram a onda de manifestações do Egito e começam mobilizações populares semelhantes para a tomada do poder e a queda de seus respectivos ditadores.
A informação circula cada vez mais rápido. A tecnologia usada para um propósito claro e útil mostra a que veio realmente. Sempre vemos o uso fútil e supérfluo das tecnologias, mas quando o povo é oprimido ele sabe usá-la para o fim que realmente lhe interessa. A tecnologia é hoje a ferramente mais eficaz e garantidora da nossa liberdade enquanto cidadãos. Telefonia celular ou Internet, usada com o propósito de organizar, de divulgar, de agir pela ação é deveras eficiente. Os atos realizados na praça Tahir pelo povo egípcio são a sua melhor propaganda de que atos como esse mudam a sociedade. A propaganda pela ação é o ato maior da democracia, pois o povo age de acordo com os ideais coletivos e não apenas para a escolha de um ou outro representante que lhe apetece o ego. A mobilização popular é um exemplo claro dado pelos egípcios da propaganda pela ação. Basta de opressão!

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