segunda-feira, 28 de março de 2011

O Capitalismo, as bebidas e os efeitos sociais

Uma das primeiras bebidas alcoólicas criadas pelo homem na antiguidade foi o hidromel. De lá para cá, principalmente os monges que viviam reclusos em mosteiros mas que eram verdadeiros beberrões e apreciadores de bebidas, foram os responsáveis pela criação de vinhos, whiskys, cervejas entre tantas outras bebidas. A fabricação artesanal de muitas destas bebidas resiste ao tempo e ainda hoje podemos apreciar o mais puro e verdadeiro sabor destes licores divinos. Beber é uma arte e produzir uma bebida de forma artesanal é uma arte maior ainda. Provar do gosto destes néctares dos deuses é sem dúvida algo formidável. A maior parte desta produção artesanal ainda resiste mas em pouca quantidade, pois as pequenas fábricas foram adquiridas por grandes companhias e hoje a produção é industrial e toda mecanizada.


Aquilo que era para ser mais um dos prazeres terrenos a ser desfrutado pelo homem acabou por se tornar a causa de grandes tragédias nos dias de hoje. O Capitalismo e o mundo atual não vendem a idéia da bebida do ponto de vista cultural, da tradição artesanal, mesmo por que este tipo de consumo moderado e que visa a degustação das bebidas para apreciação não gera lucro. O que é vendido é uma idéia de consumo desenfreado. Cada dia que passa as indústrias investem pesado para que o consumo seja cada vez maior. Hoje muitas pessoas sequer sentem o gosto do que bebem. Tomam grandes quantidades de cerveja com o argumento de matar a sede mas uma igual quantidade de água jamais seria consumida pelo mesmo motivo.
A consequênia de um consumo irresponsável são os acidentes de trânsito, as brigas de bar, a violência doméstica entre tantos outros problemas sociais que não são originados pelas bebidas mas agravados por elas. O ser humano é cada dia mais sozinho e carente de afeto devido ao modo de vida moderno. Muitas pessoas na falta de amigos encontram na garrafa a sua única companheira. É este tipo de situação o ideal para se afogar as mágoas, chorar as pitangas e tentar esquecer as desilusões da vida. Muito mal de amor não é curado com um porre mas com certeza a lembrança da ressaca por causa do amor perdido ficará na mente por muito tempo. Um brinde à todos aqueles que já sofreram de amor! Basta Já!