quarta-feira, 23 de março de 2011

Percepções do cotidiano

Quem aqui é que tem tempo para perceber coisas ao nosso redor? Sabemos que os filósofos gregos criavam as suas teorias a respeito do universo e sobre os deuses após longos períodos de contemplação. Depois que criavam seus discursos, passavam seus ensinamentos à seus discípulos e esses pensamentos perpetuaram-se até os dias de hoje. Certa vez, um conhecido meu que é professor de filosofia afirmou que hoje em dia não há mais filósofos mas sim estudantes de filosofia, mesmo que a titulação do indivíduo seja a mais alta do meio acadêmico. Ele não estava nenhum pouco errado, na verdade, já adiantava um pensamento que só agora eu iria compreender a fundo.

As pessoas hoje em dia não tem mais tempo para contemplar a natureza, passear ao ar livre, observar as folhas da árvore cair, o raio de sol brilhar. Hoje tempo, principalmente o tempo ocioso custa muito caro. Há pessoas que dariam qualquer coisa para ter um clone de sí próprio para estarem em mais de um lugar ao mesmo tempo, tantos são os compromissos que assumimos. Nos dias atuais, em decorrência da tecnologia que absorveu o nosso modo de vida e do Capitalismo que nos remete à uma vida robótica e mecânica, todos temos dois mundos onde vivemos e nos relacionamos, o real e paupável e o virtual e imaginável.
Infelizmente o Capitalismo contribui de forma assustadora para que cada vez mais esta realidade nos afaste do convívio com as demais pessoas. Antes quase ninguém tinha TV em casa, hoje além de ser um item absolutamente comum em todos os lares, são sempre do último tipo e modelo. Celular é algo que foi absorvido pelas pessoas como uma peça do vestuário. Não só o computador hoje se tornou um eletro eletrônico indispensável para uma casa mas como também os portáteis seguem esta mesma tendência. As pessoas se fecham em casa e deixam de viver experiências em sociedade. O homem do futuro não deve se deixar alienar com essas coisas, mas sim, organizar-se, discutir meios de modificar os meios de produção, de forma responsável e sustentável. Só assim seremos livres para viver a vida no mundo que temos como ideal para nós e para nossos semelhantes. Basta Já!