quinta-feira, 17 de março de 2011

O Efeito Sansão no Trabalhador

Imaginem a seguinte situação. Você estuda cerca de 9 anos no ensino fundamental e mais 3 anos no ensino médio. Depois faz mais 4 ou 5 anos de faculdade, investe nesse meio tempo em cursos de língua estrangeira, informática, marketing, atendimento ao cliente entre uma série de outros cursos, com a intenção de se preparar da melhor forma possível para o mercado de trabalho. Você se encontra agora cheio de vontade de trabalhar, com muita informação acumulada durante anos e à espera de uma oportunidade de emprego que lhe faça se sentir útil. Envia então vários Curriculum Vitae e finalmente te chamam para uma entrevista de emprego. Você é o mais forte de todos os candidatos, o melhor e o mais bem preparado para a vaga.


Porém assim como o Herói bíblico Sansão, você possui cabelos compridos e uma barba por fazer. Suas vestes são como as de qualquer jovem da sua idade, que acaba de se formar na faculdade. Entretanto, a empresa começa a lhe exigir coisas para que você seja efetivado no cargo. Primeiro, cortar o cabelo. Segundo, fazer a barba. Terceiro, se vestir adequadamente, afinal, são normas da empresa e se você quiser trabalhar lá terá que cumprí-las. O Capitalismo molda a sociedade conforme os seus interesses, nada é por acaso. Todos sabemos que uma camisa social custa muito mais que uma camiseta de algodão. Um jeans básico custa muito barato perto de uma calça de linho fino. Um sapato de couro dá para comprar vários tênis da moda.
Cortar o cabelo à cada 15 dias sustenta a rede de salões de cabeleireiros e fazer a barba diariamente sustenta a multinacional dos aparelhos de barbear. Infelizmente, cortar o cabelo, fazer a barba e vestir-se melhor, segundo um conceito que a empresa se moldou por estar de acordo com o Capitalismo, são atitudes que pouco irão influenciar no quão competente você é, ou sequer, irão contribuir para uma melhora de rendimento no seu trabalho no dia a dia. Sansão não perdeu a força quando teve seus cabelos cortados, mas com certeza perdeu a sua dignidade, pois um homem que não pode ser o que é de fato, jamais será livre e conhecerá a verdadeira liberdade. É hora do trabalhador começar a mostrar que não é ele que precisa da empresa, mas sim a empresa que necessita dele. Basta Já!